IGREJAS E CAPELAS:

 

Igreja Matriz de Nossa Senhora do Belém:

-  08/09/1832 - Inauguração da Capela por José Ferreira da Silva,

- 1842 - A Capela transformou-se em Igreja com a bênção do Padre Jeremias José Nogueira

- 1876 - Ano provável da chegada da imagem da Padroeira Nossa Senhora do Belém, esculpida em tamanho natural por artista desconhecido. Era vigário da Paróquia o sacerdote gaúcho Padre Francisco Teixeira de Vasconcellos Braga. Diz a tradição que a imagem foi oferecida à Paróquia como resultado de uma promessa ante uma epidemia que tinha grassado em nosso Município. Algumas versões dizem que teria vindo da Itália, outras da Espanha e outra ainda que teria sido esculpida no Brasil pelo Aleijadinho. O certo mesmo é que veio da Bahia para Rio Claro (onde ficou vários meses) e desta cidade  para Descalvado em carro de boi de propriedade do Capitão Benvindo Gonçalves Franco, tendo por carreteiro o escravo Estêvão.

- 31/07/1877 à 14/01/1881 - Primeira grande reforma da Igreja, agora Paroquial, sendo Vigário o Padre Francisco Teixeira de Vasconcellos Braga,

- 11/07/1902 à 25/12/1903 - Reforma de base com ampliação da Igreja Matriz,

- 1924 à 1925 - Obras da nova Igreja Matriz iniciadas pelo Padre João Bap tista de Carvalho,

-1931 - Inauguração do relógio da Igreja Matriz, doado pelo cidadão Antonio Casati.

-1932 - Assentamento da imagem do Cristo Redentor

- 06/09/1935 - Inauguração da nova Igreja Matriz, administrada pelo Padre Manoel Alves.

- 1937 – Início da pintura interna da Igreja Matriz.

- 1939 - Conclusão da pintura interna da Igreja Matriz, obra do exímio pintor esloveno Franciscus Pavlovic, sendo Vigário o Padre Orestes Ladeira. O pintor para a Igreja Matriz de Descalvado teve como inspiração as decorações do Kunsthistorisches e do Burgtheather, ambos em Viena. Segundo Izolda Florência Coutinho do Grupo Oficina de Restauro de Belo Horizonte – MG, as pinturas foram executadas na técnica de pintura mural. O artista utilizou tinta a óleo aplicada diretamente sobre a parede, a qual recebeu antes a camada normal de reboco. Entre as obras pintadas estão "A Virgem da Conceição" de Murilo, a "Natividade", a "Santa Ceia", a "Exaltação da Eucaristia", o "Sagrado Coração de Jesus", "São Francisco de Assis falando às aves", "Santo Antonio de Pádua falando aos peixes", "Santa Cecília a Padroeira dos Músicos", "Vocação dos Primeiros Discípulos", os "Doze Apóstolos" e os brasões de Pio XI e de D. Francisco de Campos Barreto. Nas paredes de entrada da Matriz dois famosos quadros, um figurando o "Triunfo  do Arcanjo Gabriel sobre Satã" e o "Batismo de Jesus".

 

VIDA E ARTE DE FRANCISCUS PAVLOVIC

            Segundo o Professor Adalberto Lovato com dados obtidos junto a neta de Franciscus Pavlovic, Angélica Pavlovic Sabadini, o pintor nasceu na Eslovênia (Postojna), em 29 de outubro de 1.892. Filho de Gasparus Pavlovic e Maria Smerdel, estudou pintura e escultura na Escola Superior de Artes Aplicadas em Viena, na Áustria, na época do Imperador Francisco José, até ser convocado para a Primeira Guerra, quando foi capturado e preso pelo exército russo. Mantido em campo de concentração por dois anos, pintou vários quadros para oficiais e generais russos, o que lhe garantiu um tratamento diferenciado. Em liberdade, conviveu com artistas de diversas correntes de Viena e desenvolveu seus trabalhos em países do leste europeu e na Itália. Chegou ao Brasil em 1.923 com 31 anos de idade, seduzido pelas cartas que daqui seu irmão Luiz Pavlovic lhe enviava e estabelece residência em Pirajuí – SP. Algum tempo depois casa-se com Antonia Penko, também imigrante eslovena. Mudaram-se para Cafelândia – SP e tiveram dois filhos, Valdomiro e Ladislau. Foram para São Paulo onde moraram na rua do Grito. Mais tarde acabaram voltando para Cafelândia. Como sofria muito de reumatismo, deixou a escultura de lado, dedicando-se à pintura. Há um conjunto de estatuas dos 12 apóstolos, feitas em cimento, na Igreja de Cafelândia. Sua eposa faleceu no ano de 1.978 e Pavlovic foi morar com o filho em Lins. Faleceu em 21 de setembro de 1.981, com 89 anos de idade, em Oriente e foi sepultado no Cemitério Municipal. Embora introvertido, era muito admirado por aqueles que o conheceram. Gostava de coisas simples e preferiu viver no anonimato. Quase não assinava os painéis que pintava nas Igrejas. Especialista em arte sacra, trouxe para o Brasil, a profissão de pintor-decorador de Igrejas, aprendida com mestres europeus. Pintou e decorou 13 Igrejas brasileiras, 12 delas no interior do Estado de São Paulo e uma no Paraná, no período de 1923 a 1966. Nesse período dedicou-se também à pintura de quadros em óleo sobre tela, como “A Sagrada Família”, “A Santa Ceia”, o “Sagrado Coração de Jesus”, “Adão e Eva”, entre outros. A partir de 1.966, já com 74 anos de idade, dedica-se inteiramente à pintura de quadros. Seu tema preferido, nesta fase foi a natureza, ilustrada através de paisagens e flores. Sua última tela, ainda inacabada, demonstra uma mudança no estilo anterior.

 

- 1992 – Adotado o horário oficial do Município que seria o marcado pelo relógio da Igreja Matriz que passou a ser mantido pela municipalidade para perfeito funcionamento. (Lei 1292 de 31/12/92 do prefeito Mauro Benedito de Lima). Entretanto o relógio não funcionou mais com regularidade.

 

- Fevereiro de 1.998 – Início da restauração da Igreja Matriz pela Oficina de Restauro de Belo Horizonte – MG, coordenada inicialmente por Adriano Ramos e depois por Izolda Florêncio Coutinho que conta os motivos da deteriorização e o processo de restauração: “Considerando-se o péssimo estado de conservação, decorridos apenas sessenta anos do término das obras por Pavlovic, deve-se considerar as condições ambientais extremas a que esteve submetida ao longo dos anos, vez que segundo informações orais, as águas provenientes das chuvas escorriam diretamente sobre as paredes pintadas, sendo com certeza o fator que mais contribuiu para a deteriorização da pintura. A água, ao ser absorvida faz a pintura expandir-se. Segue-se uma brusca secagem que causa sua contração. A repetição desse processo vai provocando sucessivas rachaduras na camada pictórica, que passa a separar-se em escamas de forma e dimensões variadas. Simultaneamente, esta camada perde a adesão em relação a seu suporte a parede. Segue-se então o desprendimento: a pintura extremamente ressecada, solta-se da parede, enrola-se sobre si mesma e começa a cair, soma-se a isso manchas provocadas por umidade e rachaduras de origem estrutural. Para o processo de restauração foram necessários exames para conhecimento da técnica e materiais utilizados pelo artista, de modo a selecionar o restauro mais adequado, devendo se estáveis à exposição à luz e às condições ambientais, devem ser reversíveis caso necessário e quimicamente compatíveis com os materiais originais utilizados. O processo obedece quatro etapas: 1 – Fixação: são aplicadas várias camadas de adesivos, por método de aspersão, até impregnar a camada de pintura. Quando ela está flexível, é fixada novamente à parede com o auxílio de espátulas. 2 – Nivelamento: nos locais em que a pintura havia-se perdido, é aplicada uma massa, que será depois lixada, até a superfície ficar lisa e uniforme. Esta massa nunca ultrapassa a perda, ou seja, não passa por cima da pintura original. 3 – Reintegração: é o retoque das áreas de perda. Do mesmo modo que ocorre no nivelamento, a reintegração não passa sobre a pintura original do artista. O objeto é apenas completar o que estava perdido. 4 – Aplicação de uma camada de proteção (verniz). A restauração busca preservar ao máximo a obra original do artista, intervindo o mínimo necessário para devolver a integridade das imagens representadas. A técnica é a desenvolvida no Instituto Central do Restauro de Roma – “trattegio” e “pontilhismo. As perdas são preenchidas com pequenos traços ou pontos visíveis apenas a uma distância bem próxima, tornando assim possível identificar exatamente as áreas de intervenção do restaurador e aquelas que constituem a obra original do artista.”

 

CAPELAS:

Capela de Santa Terezinha do Menino Jesus do Butiá - 11/06/1932

Capela de Santa Cruz das Almas  - 1964

Capela de Santa Cruz dos Operários - construída pelo Padre Jeremias José Nogueira (1.840)

Capela de São Benedito 

Capela de São Sebastião

Capela de Nossa Senhora da Saúde - Fazenda Santana (1907)

Capela do Coração de Jesus - Fazenda Bela Aliança

Capela do Santíssimo Redentor - Cemitério Municipal (1893)

Capela de Nossa Senhora da Conceição - Lar Escola (1905)

Capela de São Vicente de Paulo - Asilo São Vicente (1937)

Capela de Nossa Senhora da Boa Morte - Santa Casa (1895)

Capela de São José - Fazenda Lagoa Alta

 

Contando a história da Igreja Matriz: (Conto de Luiz Carlindo Arruda Kastein baseado em artigos de Gerson Álfio De Marco, Antonio da Conceição Vicente Adorno e Monsenhor José Canônico)

            Conta-nos a história que, em 1832, para pagamento de um voto religioso, feito para recuperação da saúde sua mulher Florência Maria de Jesus,  José Ferreira da Silva, mandou construir em terras de sua propriedade, no alto de uma colina, uma modesta capela sob a invocação de Nossa Senhora do Belém, dando, também, à Igreja, um patrimônio de 3 quilômetros e meio em quadra, lavrando a competente escritura na cidade de Rio Claro, no dia 10 de novembro de 1842, mesmo ano em que o Padre Jeremias José Nogueira concedeu a benção à capela, que se transformava em Igreja. A Capela que servia de Matriz foi benzida novamente, em virtude de uma Portaria  do então bispo Diocesano  de São Paulo, D. Sebastião do Pinto Rêgo, em 13 de abril de 1864. No ano de 1875, teve início primeira reforma da Igreja pelo Padre gaúcho Francisco Teixeira de Vasconcellos, transformando-a em Paroquial. Contou com o apoio da seguinte comissão de pessoas ilustres: Antônio de Camargo Campos, Tenente Coronel Joaquim Félix Pereira de Carvalho, Major Arthur Horácio D’Aguiar Whitaker e Tenente Antonio Leocádio de Matos, que contaram entre os generosos doadores com o José Elias de Toledo Lima, o Barão do Descalvado, que contribuiu com $12.044.920 Réis. Antônio de Camargo Campos contribuiu com $2.600.000 Réis. As obras foram de aumento  do perímetro e de feitura de novo frontispício e novas torres, tendo-se gasto em tudo mais de $80.000.000 Réis. A Comissão  funcionou de 31 de julho de 1877 a 14 de janeiro de 1881. Foi nesta época que o carro de bois de propriedade do Capitão Benvindo Gonçalves Franco, tendo por carreiro, o preto Estevão, proveniente de Rio Claro, adentrou ao Município, conduzindo a Imagem de Nossa Senhora do Belém, da qual o historiador Prof. Gerson Álfio De Marco conta: “Desconhecido é o nome do autor da Imagem da Padroeira, como desconhecidos são sua procedência inicial, o nome do seu doador e o ano de sua chegada entre nós. Já se expenderam as mais diversas hipóteses a respeito de sua origem (veio da Itália, disse alguém; da Espanha disse outro) e no que concerne à sua autoria (é do cingel do Aleijadinho, avançou outro). Pela perfeição do trabalho, não é dizer-se nada de desconexo afirmar-se que a fez um grande artista (da religiosíssima Itália, da generosa Espanha ou o nosso Aleijadinho, o que sendo, seria uma das mais perfeitas obras saídas de suas mãos enfermas, mas altamente criadoras). Nada no entanto é certo, a não ser que a Virgem do Belém foi trazida a Descalvado sobre um lento e poético carro de bois, vindo da Bahia (mas não feito nela) e através de Rio Claro, onde ficou vários meses antes da viagem final.” Nos anos de 1902 e 1903, novas reformas são efetuadas sob o paroquiato do Padre Manoel Francisco Rosa. Os anos de 1924 e 1925 marcam as épocas do paroquiato do Padre João Batista de Carvalho, onde iniciaram-se esforços para se dotar a cidade de uma nova Igreja Matriz, abrindo novos alicerces. O jornal “O Descalvadense” de 7 de setembro de 1925 lançou um encarte com a programação da Festa da Padroeira em que ocorreu a benção da pedra fundamental da nova Igreja Matriz:

 

Grande Festa de N. Senhora de Belem Padroeira de Descalvado

Bençam da Primeira Pedra

da

Nova Igreja Matriz

Revestir-se-á este anno de desusada pompa a festa da excelsa Padroeira desta Parochia, a Vigem de Belem, sendo a mesma abrilhantada pela honrosa presença do Exmo. E Revmo. Snr. Bispo Diocesano, D. francisco de Campos Barreto.

Programma

A 30 DE AGOSTO - domingo - Primeiro dia da Novena, a população será despertada por festiva alvorada de bateria e repiques de sinos, percorrendo as ruas a Banda de Musica.

ÀS 6 ½ DA TARDE - terão início os actos religiosos na Igreja Matriz, que será ricamente adornada e illuminada. As novenas, A Grande Orchestra continuarão em todas as tardes subsequentes, às mesmas horas, havendo todas as noites sermão por conhecidos oradores.

DIA 6 DE SETEMBRO - Domingo às 7 ½ horas será celebrada uma Missa solenne com canticos na Villa S. Lazaro, commungando os doentes e demais moradores, aos quaes será servido profuso café com doces.

DIA 7 DE SETEMBRO - Independencia do Brasil

PELA MADRUGADA - a Camara Municipal promoverá alegre Alvorada em commemoração a grande data nacional.

NESSE MESMO DIA - ás 13 ½ horas da tarde - deverá o povo catholico achar-se na Estação da Companhia Paulista, afim de receber ao Exmo. Sr. Bispo Diocesano, D. Francisco de Campos Barreto, que mais uma vez virá abençoar esta parochia com sua honrosa presença.

AS 4 ½ HORAS DA TARDE - A comissão de obras da Igreja transportará solennemente da casa parochial a PEDRA FUNDAMENTAL da Nova Matriz. - Em seguida será a mesma solennemente benta e collocada pelo Exmo. e Revmo. Sr. Bispo Diocesano, ao espoucar de foguetes e baterias e repiques de sinos. Fallará nesta occasião conhecido orador.

AS 6 ½ DA TARDE - Haverá na Matriz, presidido pelo Exmo. E Revmo. Sr. Bispo o canto, solenne da Magnifica e di Te Deum a grande orchestra, em acção de graças pelos dois eventos do dia, a Independencia do Brasil e a Bençam da primeira pedra da futura Matriz.

DIA 8 DE SETEMBRO - DIA DA PADROEIRA -

As 7 ½ HORAS DA MANHÃ - O Exmo. Sr. Bispo celebrará a Santa Missa, distribuindo  a GRANDE COMUNHÃO GERAL, em que deverão tomar parte a Congregação Mariana de Moços, a Pia União das Filhas de Maria, todas as demais associações e fieis, recebendo todos uma lembrança da festa.

AS 10 HORAS - Solenne Missa Cantada, com grande Assistencia Pontifical do Exmo. E Revmo. Sr. Bispo Diocesano. É uma grandiosa solennidade, a que Descalvado vae assistir pela primeira vez. Fallará ao Evangelho o reputado orador sacro, Frei Modesto de Rezende.

AS 4 ½ HORAS - Sahirá á rua imponente Procissão que carregará triumphalmente pelas ruas, a abençoar a nossa cidade, a bella e veneranda Imagem de nossa Padroeira, a Virgem de Belem. Nella deverão tomar parte todas as Associações com seus estandartes e andores.

A ENTRADA - será queimada uma descarga e haverá sermão por Frei Modesto de Rezende. Dará a bençam final o Exmo. Sr. Bispo Diocesano.

Após a bençam serão sorteados os festeiros para 1926.

Chrismas - O Exmo. E Revmo. Sr. Bispo Diocesano administrará o S. Chrisma nos dias 7, as 3 horas da tarde e no dia 8 as 2 horas da tarde.

Lelições - Haverá leilões no dia 30 de agosto e nos dias 5, 6, 7 e 8 de setembro. Pedem-se prendas, que deverão ser entregues aos festeiros ou ao mordomo Sr. José Dias de Arruda Campos.

Barracas e Diversões - No largo da Igreja, profusamente iluminada, haverá barracas de doces e assados, bem como outras para diversões innocentes, como seja a Roda de Israel, Correio Elegante, Cavallinhos de Pau e outras surpresas, sendo tambem levantado um Pau de Sebo, com valiosos premios.

Corridas de cavallos - No domingo, 6 de setembro, no local de costume será disputada uma sensacional corrida entre os afamados parelheiros: Menina do Sr. Dr. Antonio Castro Padro e Planeta, do Sr. Coronel Raphael Tobias de Oliveira.

Fogos de artificio - Após o leilão do dia 8, serão queimadas várias pelas artisticas de vistosos Fogos de Artifício, confeccionados pelos habeis pyrotechinicos locaes, os Irmãos Pessôa.

Musica - Todo o serviço será feito pela “Banda de Musica “Santa Cecilia” competentemente dirigida pelo Maestro Francisco Todescan e a parte de orchestra e côro, pelos amadores da Matriz, provectamente dirigidos pala Exma. Sra. Prof. D. Cotinha Todescan, que estreará na festa repertorio todo novo e sera coadjuvada pelo reputado tenor brasileiro Sr. Octacilio Machado de Campos.

Anjos - Pedem-se anjos para a Procissão.

Ruas - Pedem-se aos moradores do trajecto da Procissão que enfeitem a frente de suas casas para a passagem da Santa Imagem de Nossa Senhora do Belem que a todos abençoará.

Dia Santo - Pede-se aos fazendeiros e ao commercio que considerem dia santo o dia 8, para que todos possam assistir á festa.

Os festeiros e mordomos esperam o concurso de todos os devotos de Nossa Senhora e Mãe, a Virgem de Belem, não só para que sua festa se revista de todo brilho, como para que della resulte algum saldo para as obras de sua futura Matriz.

Descalvado, 16 de agosto de 1925 - Os Festeiros: Luiza Alves Aranha e Dr. Carlos Geribello. Mordomos: Cel. Joaquim Alves Aranha, Tte Odorico Moysés da Silva, Cap. Octaviano Luiz de Camargo, Benedicto Barbosa Adorno, José Dias de Arruda Campos, Cap. José Bento Ferreira, Derminda Faria, Fantina Lobo Moreira, Laly Carvalho Oliveira, Anna de Abreu Camargo.

No ano de 1931 foi inaugurado o relógio da Igreja Matriz, passando a ser referência para toda a população,  transformando-se mais tarde no horário oficial do Município. Um ano depois, em 1932, é concluído o assentamento da Imagem do Cristo Redentor, encimando o frontespício da Igreja Matriz, nessa época sob o paroquiato do Padre Manoel Alves, depois Cônego, quando se acrescentaram algumas modificações na planta primitiva e foi colocado, em data de 5 de setembro de 1935, o altar mor da Padroeira doado por Paulo Casati, descalvadense (que foi Prefeito e Vereador) quando esteve em Descalvado em visita pastoral o Segundo Bispo da Diocese de Campinas, D. Francisco de Campos Barreto, para promover a Benção e Inauguração da Nova Igreja Matriz, em 8 de setembro de 1935  tendo como festeiros Adelina Mayesi Pulici  e Vicente Serpentino.

O altar uma obra de arte, de esmerado acabamento em cantaria, é fruto do dedicado labor artístico dos Irmãos Colluccini da cidade de Campinas.

Em 1939, quando era Vigário o saudoso Padre Orestes Ladeira, o exímio pintor esloveno Franciscus Paulovic iniciou a pintura do interior da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Belém, com muita técnica, perícia e gosto artístico. Paulovic, segundo pesquisa do professor Adalberto Lovato em artigo de Marcelo Bartolomei no Jornal “Folha de São Paulo”,  estudou artes na Escola Superior de Artes Aplicadas de Viena, na Áustria. Ele demonstrou o estilo sacro em treze igrejas brasileiras – doze delas no interior do Estado de São Paulo (entre elas Pirassununga, Araras e Avaré) e uma no Paraná. Nasceu na Eslovênia em 1892 e morreu em Cafelândia, interior de São Paulo, no ano de 189, onde está sepultado. O trabalho do artista lembra decorações de prédios visitados por ele em Viena, na Áustria. Foi priseioneiro em um campo de concentração russa na Primeira Guerra Mundial, onde recebeu tratamento diferenciado por pintar vários quadros para militares russos. Na Igreja de Nossa Senhora do Belém, ele utilizou estruturas de colunas e pilares encontrados em obras de artistas como Gustav Klimt e Oskar Kokoschka, que também estudaram na Escola Superior de Artes Aplicadas de Viena. A principal característica da decoração da igreja é a utilização da cor amarela na maioria dos espaços. Mesmo assim, são encontradas outras cores na decoração. Ele transportou estilos encontrados em Viena para as igrejas que pintou. Em Descalvado, trocou figuras mitológicas – encontradas em livros de arte – por anjos. Além disso, montou o altar da igreja todo em mármore com balaustres em forma de cerca.  O brilhantismo do seu pincel, segundo o historiador Gérson Álfio De Marco fixou-se nos tetos da nave principal e das laterais; no das capelas do Santíssimo Sacramento, de Nossa Senhora da Conceição e do Coração de Jesus; também no teto do altar-mor, em paredes do coro e da sacristia e também das naves laterais, em belíssimas reproduções de quadros evangélicos, de cenas da vida de altos nomes na Hagiologia católica e, também, em telas de alto simbolismo religioso: “A Virgem da Conceição”, de Murilo; a “Natividade”, a “Santa Ceia”, a “Exaltação da Eucaristia”, o “Sagrado Coração de Jesus”, “São Francisco de Assis falando às aves” e “Santo Antonio de Pádua falando aos peixes”, “Santa Cecília, a Padroeira dos Músicos”, a “Vocação dos Primeiros Discípulos”, os “Doze Apóstolos”, os brasões de Pio XII e de D. Francisco de Campos Barreto. Nas paredes de entrada da nossa Igreja Matriz, dois formosos quadros: um figurando o “Triunfo do Arcanjo Gabriel sobre Satã”  e o “Batismo de Jesus”. Em 1946 o espírito realizador do Monsenhor José Canônico concluiria as obras com a complementação da pintura, troca do piso, aposição dos artísticos vitrais,  do púlpito, colocação dos bem trabalhados bancos e outras obras de embelezamento e necessárias. Logo na entrada da Igreja Matriz deparamos com um belíssimo conjunto de 3 bem trabalhados vitrais, dois laterais e um central. O central contém uma Glorificação de Nossa Senhora do Belém. Dos laterais, um focaliza a instalação da Freguesia e o outro a chegada festiva da Imagem da Padroeira. O trabalho artístico foi uma doação da família Serra Penteado e é dedicado a memória de D. Rita Antonia da Silva Serra Penteado, que foi esposa de José Rodrigues Penteado, republicano em Descalvado e a quem nossa gente deveu um avultado número de benemerências. O púlpito, bela e rica peça arquitetônica em mármore de várias procedências, foi inaugurado no dia 7 de setembro de 1947, pelo bispo de Campinas, Dom Paulo de Tarso Campos. Paraninfou o Ato  Dona Tereza Maia Luz Guimarães, a generosa e máxima doadora, dentre  os mais, do púlpito que veio enobrecer o templo de Nossa Senhora do Belém. Além do seu aspecto geral, a belíssima decoração do teto, das paredes, o altar-mor, os bens trabalhados bancos, os lustres, o piso de finíssimos mosaicos, conceituam o templo de Nossa Senhora do Belém como uma das mais belas Igrejas do Brasil.

 

HISTÓRIA DE NOSSA SENHORA DO BELÉM

Luiz Carlindo Arruda Kastein

 

(Belém,  em hebraico bêt’lehem, que significa “casa do pão” ou “casa do deus Lahm”. Belém, fica em Israel, 8 quilômetros ao sul de Jerusalém,  fundada em data incerta por uma clã  efratita, foi glorificada como local de origem da dinastia de David e por ter sido a cidade natal de Jesus. Apesar de a Judéia ser um estado vassalo de Roma na época de Herodes, somente após a queda de Jerusalém, no ano 70, ela passou a fazer parte do Império Romano. O imperador Constantino, convertido ao cristianismo, mandou edificar no ano 330, sobre a gruta da Natividade, uma basílica, cujos belos mosaicos representando os antepassados de Jesus e os profetas que anunciaram o seu nascimento a celebrarizaram como um dos principais monumentos artísticos da Cristandade. Havia no templo uma imagem bizantina da Virgem Santíssima, que se tornou conhecida com o título de Santa Maria de Belém. Seu culto se espalhou pela Europa, chegando a Portugal através de religiosos e peregrinos que estiveram na Terra Santa. No início do século XV, o infante D. Henrique, fundador da Escola de Sagres e grande incentivador das navegações portuguesas, mandou construir na praia do Restelo, em Lisboa, uma igreja dedicada àquela invocação. Dizia ele que, assim como a estrela de Belém guiou os Reis Magos até a manjedoura onde se achava o Menino Deus, assim também a Senhora de Belém ajudaria a encontrar novas terras e o caminho para as Índias. Foi ali, na pequena ermida do Restelo, que Vasco da Gama, antes de seguir à procura das Índias em 1497, passou a noite em oração e assistiu à Santa Missa. Gama conseguiu êxito completo em sua arriscada travessia marítima, chegando são e salvo à lendária Calicut, onde foi bem recebido pelo Samorim. Em agradecimento à proteção da Soberana dos Mares, El-Rei D. Manuel I, transformou a humilde capela de Santa Maria de Belém no suntuoso mosteiro conhecido atualmente como “Os Jerônimos”, uma das obras-primas da arquitetura manuelina. Desde então as grandes expedições marítimas eram precedidas de solene cerimônia religiosa na magnífica igreja da Protetora dos Navegantes. Pedro Álvares Cabral, antes de iniciar sua viagem de descobrimento, ali assistiu à Santa Missa e seguiu com o rei em procissão até o cais, onde a frota, pronta para zarpar, saldou com entusiasmo seu soberano e seu comandante. Trazida para o Brasil pelos primeiros povoadores, esta invocação da Mãe de Deus teve muitos devotos em todo o território nacional. Padroeira das cidades de: Belém no Pará, Itatiba e Descalvado em São Paulo, Guarapuava no Paraná, Biritinga na Bahia e das Paróquias de: Belém Novo em Porto Alegre (Rio Grande do Sul), Nossa Senhora do Rosário de Belém em Curitiba (Paraná) e Encruzilhada em Recife (Pernambuco).

Iconografia – Existem várias representações da Senhora de Belém. Em Lisboa, na capela dos Jerônimos, Ela aparece com São José e o Menino Jesus de pé entre seus pais, usando roupas bordadas. O Divino Infante aparenta uma criança de mais de um ano, pois está de pé. Segundo alguns historiadores Ele teria essa idade quando aconteceu o episódio da matança dos inocentes e  fuga para o Egito. As imagens de Nossa Senhora de Belém, existentes na fachada e no altar-mor da Sé em Belém do Pará, representam Maria de pé com o Menino Deus já grandinho, sentado em seu colo e abraçando sua mãe. Já a colocada no mesmo altar mostra São José e Nossa Senhora reclinados sobre a manjedoura, onde repousa Jesus recém-nascido. Acreditamos que esta tela seja mais uma lembrança do Presépio, devido ao nome dado ao forte, do qual se originou a cidade. Em Guarapuava a imagem em estilo barroco e talhada em madeira maciça tem o Menino Deus sentado nos braços da Virgem de Belém. Em Descalvado a imagem em estilo moderno de rara beleza  também esculpida em madeira maciça, tem o Menino Jesus  deitado nos braços da Senhora de Belém.

A imagem de Nossa Senhora do Belém de Itatiba-SP é muito semelhante à de Descalvado. Registros históricos daquela Paróquia informam tratar-se de escultura espanhola em madeira policromada do século XIX. Os entalhes muito parecidos nos fazem pensar que a imagem de Descalvado tenha sido esculpida pelo mesmo artista espanhol.

Em Descalvado:

No ano de 1820, José Ferreira da Silva e sua mulher Florência Maria de Jesus, venderam seus pertences em Minas Gerais à procura de novas paragens no interior de São Paulo. Católicos fervorosos, antes da partida, invocaram a proteção de Nossa Senhora do Belém, guia daqueles que buscam novas terras, e partiram  levando com eles uma pequena imagem da Santa de sua devoção, que os conduziu ao sertão de Araraquara, onde adquiriram a Fazenda Areias, hoje Descalvado. Cultivaram e progrediram na terra. No ano de 1832, Florência adoeceu. Para sua recuperação o casal fez um voto para a Virgem de Belém: construir uma Capela em sua devoção no alto da colina localizada no meio da fazenda, mandando entalhar em madeira maciça uma imagem da Santa, que tivesse a altura e o peso de Florência e mais, doar um patrimônio de três quilômetros e meio em quadra, terras essas que  seriam vendidas a quem quizesse construir, revertendo o dinheiro para a Capela de Nossa Senhora do Belém.  No dia 8 de setembro do mesmo ano, seria inaugurada a modesta Capela feita de pau a pique em cujo  altar introduziram a pequena Santa que trouxeram de Minas, imagem esta que seria substituída pela de madeira maciça, tão logo ficasse pronta.  Teve início o povoado. No dia 10 de novembro de 1842 passam a escritura definitiva das terras em cartório da cidade de Rio Claro, mesmo ano em que o Padre Jeremias José Nogueira, concedeu benção à Capela, transformando-a em Igreja. Não se sabe se José Ferreira da Silva chegou a encomendar a Imagem, mas é certo que até sua morte em 1860, a promessa não se concretizou. Somente anos mais tarde, quando uma terrível epidemia de varíola ameaçou o Município, relacionaram o fato a não realização do voto religioso. Foi quando, por volta de 1885, a Imagem definitiva de Nossa Senhora do Belém acabou por chegar a Descalvado, proveniente de Rio Claro, conduzida pessoalmente pelo Capitão Benvindo Gonçalves Franco, em carro de boi de sua propriedade, tendo por carreteiro o preto de nome Estevão. O historiador Prof. Gerson Álfio De Marco conta: “Desconhecido é o nome do autor da Imagem da Padroeira, como desconhecidos são sua procedência inicial, o nome do seu doador e o ano  de sua  chegada  entre nós. Já se  expenderam as mais diversas hipóteses a respeito de sua origem (veio da Itália, disse alguém; da Espanha disse outro) e no que concerne à sua autoria (é do cingel do Aleijadinho, avançou outro). Pela perfeição do trabalho, não é dizer-se nada de desconexo afirmar-se que a fez um grande artista (da religiosíssima Itália, da generosa Espanha ou o nosso Aleijadinho, o que sendo, seria uma das mais perfeitas obras saídas de suas mãos enfermas, mas altamente criadoras). Nada no entanto é certo, a não ser que a Virgem do Belém foi trazida a Descalvado sobre um lento e poético carro de bois, vindo da Bahia (mas não feita nela) e através de Rio Claro, onde ficou vários meses antes da viagem final.”

Em 9 de abril de 2.001 o Pároco Ângelo Francisco Rossi preocupado com a conservação da Imagem Original, um verdadeiro patrimônio da população, mandou esculpir em São João Del Rey (Minas Gerais) uma repica da imagem, pelo artista escultor Osni Paiva ao custo de R$ 3.800,00. A imagem menor e mais leve (1,20 metros) deverá ser utilizada em procissões e outros atos religiosos públicos, evitando assim que a original seja descolocada do altar mor da Igreja Matriz. Oswaldo Bortoletto foi quem trouxe a imagem de São Jãp Del Rey para Descalvado, que chegou no dia 8 de outubro.

 

PADRES DA IGREJA DE N.S. DO BELÉM (Antonio da Conceição Vicente Adorno)

 

01 - 1835/1837 - PADRE FRANCISCO ANDRONICO RIBEIRO 

Foi o primeiro pároco da Capela de Nossa Senhora do Belém, 3 anos após sua edificação por José Ferreira da Silva.

02 - 1837/1870 - PADRE JEREMIAS JOSÉ NOGUEIRA

Foi o Vigário que concedeu a benção à Capela erigida por José Ferreira da Silva e sua mulher em louvor a Nossa Senhora do Belém e que se transformava em Igreja no ano de 1842. 

03 - 1870/1875 - PADRE ANTÔNIO JOSÉ DE CASTRO.

 Padre Antônio José de Castro filho de Rodrigo Cesar de Castro Piza, foi Vigário em Descalvado, tendo vivido por algum tempo na Fazenda “Jangada Braba” de propriedade de Sebastião de Oliveira Penteado, que foi a antiga Fazenda Graciosa antes de ser desmembrada. Didata, o Padre Antônio preparou para os exames  de admissão à Faculdade de Direito, Amâncio Guilhermino de Oliveira Penteado, Francisco Zoelo de Oliveira Penteado e Cicinato Braga, os dois primeiros filhos do proprietário e o último do administrador da fazenda; e para a Escola de Engenharia, o Dr. Joaquim Timótheo de Oliveira Penteado. Foi um Padre muito culto e muito admirado por sua bondade. Viveu os últimos anos de sua existência em Descalvado onde faleceu em 3 de dezembro de 1912, vítima de edema agudo do pulmão, com 78 anos idade, estando sepultado no Cemitério Municipal na sepultura 21 da quadra A.

04 - 1875/1902 - PADRE FRANCISCO TEIXEIRA DE VASCONCELLOS  BRAGA

Natural do Rio Grande do Sul, logo que chegou a Descalvado, deu início a uma campanha para arrecadação de fundos, destinado a primeira reforma da Igreja de Nossa Senhora do Belém que contou com o apoio de pessoas eminentes da época  como José Elias de Toledo Lima (Barão do Descalvado), Antônio de Camargo Campos, Tenente Coronel Joaquim Félix Pereira de Carvalho, Major Arthur Horácio D’Aguiar Whitaker e Tenente Antonio Leocádio de Matos. A reforma aumentou a Igreja, deu-lhe nova frente e torres. Foi também no Paroquiato do Padre Francisco  que chegou a Descalvado, proveniente de Rio Claro, a imagem da Padroeira Nossa Senhora do Belém.

05 - 1902/1910 - PADRE MANOEL FRANCISCO ROSA

Chegou a Descalvado em 1902. Promoveu novas reformas na Igreja. Em 20/02/1910 foi transferido para a Matriz de Santo Antonio de Piracicaba onde foi pároco até falecer em 06/06/1965. Foi enterrado na cripta da Matriz e Catedral de Santo Antonio em Piracicaba. 

06 - 1910/1923 - PADRE JOÃO OSÓRIO MARCONDES

Nasceu na cidade de Taubaté, pertencente a tradicional família do Vale do Paraíba, fez os estudos primários em sua terra natal, ingressando depois no Seminário Episcopal, onde foi ordenado Sacerdote, e depois lecionou francês, por diversos anos após sua ordenação. Designado Vigário da Paróquia de Descalvado, permaneceu entre nós até sua morte em 1936. Culto e bondoso, cultivou grandes amizades e soube aproximar descalvadenses de todos os credos. Em 1923 foi designado Capelão da Santa Casa de Misericórdia de Descalvado e do Asilo Imaculada Conceição. 

07 - 1923/1927 - PADRE JOÃO BAPTISTA DE CARVALHO

Conhecido como (Frei Maria)  deu início a uma grande campanha para arrecadar fundos para construção da atual Igreja Matriz que teve início em 1923, sendo inaugurada em 1935. Partindo de Descalvado, na Capital foi Deputado Estadual por várias legislaturas.

08 - 1927/1928 - PADRE SALOMÃO VIEIRA

Formado em Portugal na Escola Normal de Vizeu. Foi por 11 anos missionário no Estado de Goiás em companhia do Bispo D. Prudencio Gomes da Silva. Foi diretor da Escola Comercial de Campinas e mais tarde Secretário Geral do Bispado de Botucatu. Foi também Reitor do Seminário de Goiás.  

09 - 1928/1937 - PADRE MANOEL ALVES 

Foi durante seu paroquiato que foi inaugurada a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Belém no ano de 1935 com a colocação do altar mor da Padroeira, e a nova benção do Templo, dada pelo Segundo Bispo da Diocese de Campinas D. Francisco de Campos Barreto.

10 - 1937/1937 - PADRE LUIZ SORIANO

Natural da Espanha, lá se ordenou sacerdote católico e apostolou alguns anos, vindo a seguir para o Brasil onde ficou até sua morte. Vigário em Descalvado, marcou sua passagem por esta cidade, pela iniciativa da obra assistencial  de tanta relevância que é o Asilo São Vicente de Paulo, de cuja idéia fez um dos maiores florões de sua vida de homem de Deus. Em 1937, o Padre Luiz Soriano conclamou os descalvadenses de boa vontade para a ereção de um abrigo dos velhos desvalidos, em nossa cidade. A este apelo veemente, acorreu incansáveis e desprendidos, inúmeros descalvadenses, e, dentro em pouco, graças a cooperação eficiente, valiosa do povo, os anciãos desabrigados do município, tinham sua casa, a sua casa de carinho, de amor, de segurança, para os anos restantes de atribulada existência.  

11 - 1937/1946 - PADRE ORESTES LADEIRA 

Durante seu paroquiato foram realizadas as obras de pintura interna da Igreja Matriz pelo exímio pintor italiano Francisco Paulovitch. Faleceu no dia 8 de março de 1959.

12 - 1946/1997 - MONSENHOR JOSÉ CANÔNICO

Nascido em Rio Pomba, Estado de Minas Gerais em 30 de dezembro de 1913. Veio para o Estado de São Paulo ainda criança com 4 anos. Freqüentou o Seminário Diocesano de Campinas, onde cursou Ginásio e Filosofia. Em São Paulo, Capital, com a inauguração do Seminário Central do Ipiranga, cursou Teologia. Foi ordenado Presbítero na Catedral de Campinas, por Dom Francisco de Campos Barreto, em 5 de dezembro de 1937. Veio para Descalvado, tomando posse como Pároco no dia 22 de setembro de 1946. No dia 24 de setembro de 1957 inaugurou as instalações da Sede Social da Paróquia.

13 – 1997 – PADRE ÂNGELO FRANCISCO ROSSI

 

MISSIONÁRIAS DE AÇÃO PAROQUIAL

 

            Em 25 de janeiro de 1972, chegaram em Descalvado as Irmãs Missionárias de Ação Paroquial. Essa congregação religiosa, como o próprio nome já indica, nasceu para a Paróquia, para vitalizar sua ação pastoral, por isso o campo de atividades não conhece limitações, mas sabe abraçar com espírito amplo e universalista, todas as obras de zelo, que atendendo a circunstâncias de tempo e lugar precisam ser realizadas pela Paróquia. Essa congregação é de origem espanhola e foi fundada pelo Arcebispo de Burgos, D. Luciano Perez Platero, e por um grupo de jovens da Ação Católica, a 7 de março de 1942. Depois de espalhar-se por diversos países, veio para o Brasil em 1954, fundando a primeira Casa na cidade de Tietê (SP).

 

IGREJA PRESBITERIANA DE DESCALVADO

           

            Localizada na Rua Conselheiro Antonio Prado, 526, com frente para a Praça Barão do Rio Branco (Jardim Velho). Foi instalada em 2 de abril de 1.910 pelo Reverendo Alva Hardie, com cerca de 45 pessoas, em templo por ele construído na confluência da Avenida Guerino-Oswaldo com Dr. Amâncio Penteado, demolida em 1.947. Sem local para reunião, e com os alguns membros dispersos, a partir do ano de 1.956 com a chegada do senhor Plínio Oliveira Camargo que com sua família  deu ao trabalho presbiteriano nova vida, estruturando-o e fortalecendo-o A Igreja foi reorganizada  em 2 de julho de 1.989 pelo Reverendo Silas Daniel dos Santos.

Pastores: Reverendos Flamínio Rodrigues (1898), Baldoniro Garcia (até 1905); Alva Hardie (l907/1915); Galdino Moreira (1916); Herculano Gouveia (1923); Teodomiro Emerique (1924); Efraim Rizzo (até 1926); Avelino Boa-morte (até 1930); Alva Hardie (1931); Alberto Zanon (1939); João Francisco Alves Corrêa (1948); Almeida Leitão (1958); Celso Soares da Silva (l959/1965); Matathias Campos Fernandes (1966/1976); Dario Pefreira de Oliveira (1977); Márcio Tadeu sw Marchi (1987); Gerson Urban ((até 01/1988); Juvêncio Borges da Silva (até 12/1988); Silas Daniel dos Santos (1994); Ismael Paula de Souza (atual).

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